domingo, 13 de setembro de 2015

LABOUR ROMPE COM TERCEIRA VIA E NEO LIBERALISMO


A vitória de Jeremy Corbyn, eleito novo lider do Partido Trabalhista Britânico com 59,5% dos votos, contra três representantes do establishment blairista e direitista, seria há três meses atras simplesmente impensável.

Recorde-se que Corbyn nem sequer se apresentou à disputa com a pretensão de ser eleito líder, mas apenas para que na campanha se fizesse ouvir a voz da esquerda trabalhista contra os outros três candidatos de direita.

Dos 30 MPs que subscreveram a sua candidatura (número exigido para ser admitido como candidato), cerca de metade fizeram-no, não como apoio às posições de Corbyn, mas apenas para permitir o pluralismo do debate na escolha do novo líder.

A mobilização popular, e em especial da juventude, e a clareza das propostas de Corbyn, contra a Austeridade e as políticas neo liberais, contra a Nato e as intervenções militares, pelo recuperação do NHS, e renacionalizações, por politicas de criação de emprego e de redução das desigualdades sociais, deixaram a classe política do Labour em estado de choque.

As intervenções de toda a cacicada do Labour, de Kinnock a Blair, de Brown a Milliband, mobilizados em força contra Corbyn, acabaram por ter o efeito oposto, apenas contribuindo para o estrondoso sucesso de Corbyn.

Com uma bancada no Parlamento dominada pela escória que ao longo dos últimos trinta anos se tem dedicado a transformar o Labour social democrata num partido thatcherista e neo liberal, a vida de Corbyn e da nova direcção não vai ser fácil.

A sua única chance é manter e reforçar a ligação à base do partido e ao eleitorado que agora o escolheu para líder, ou seja não repetir o erro de Tsipras e da sua reduzida entourage, que chegados ao governo logo esqueceram a ligação ao partido e desmobilizaram a sua Importante base de apoio.

Para já a eleição de Corbyn é mais uma bem vinda e necessária lufada de ar fresco que contra o desânimo e conformismo de muitos, que o mais que aspiram é a uma versão melhorzinha da Austeridade, mostra que há de facto forças sociais e políticas dispostas a romper com este suicidario rumo neoliberal.

Assim se reforce e alargue o campo dos que estão interessados e dispostos em as mobilizar.

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