quarta-feira, 23 de setembro de 2015

SERÁ QUE O VEREADOR FERNANDO COSTA DO PSD DE LOURES
Pensa que a Câmara de Loures é a moderna reencarnação de uma das tias ricas do Vasco Santana?


Lembram-se daquele personagem, interpretado por Vasco Santana, do filme A Canção de Lisboa, que passava a vida a cravar as tias ricas da província, dizendo-lhes que era um médico famoso, quando não passava dum cábula e dum estroina?

Pois é isso que me vem à ideia quando leio um daqueles posts do vereador Fernando Costa sobre qualquer questão do concelho de Loures que seja da responsabilidade do governo, e que acaba invariávelmete com o vereador Fernando Costa a defender que a Câmara de Loures (tal como as tias ricas do filme) deve também suportar os custos daquilo que é da responsabilidade do governo estróina e incompetente de Passos Coelho.

Fala-se do Centro de Saúde de Santa Iria da Azóia, cuja construção é da responsabilidade exclusiva do governo, e logo aparece o vereador Fernando Costa a propor que a Câmara de Loures pague uma parte.

Fala-se do IMI, e lá vem o vereador Fernando Costa de novo propor que a Câmara de Loures abdique de parte dessa receita, presumo que para compensar os contribuintes dos enormes aumentos de impostos de Passos.

Parece que Fernando Costa ainda não interiorizou que nem a Câmara de Loures é uma tia rica (aliás o PS deixou-a quase à beira da miséria), como tem para cima de 200 mil sobrinhos mais necessitados do que Passos e os seus 40 ministros e secretários de estado.

O PESSOAL REFORMADO QUE POR AQUI APELA AO VOTO NO PS


Faz-me lembrar aquela estória dos perus a reivindicarem a antecipação do Natal.

Será que ninguém vos disse que na página 12 do Programa do PS está lá preto no branco o valor que, com o congelamento das pensões, o PS quer tirar aos reformados?

Então eu informo-vos, são exactamente MIL SEISCENTOS E SESSENTA MILHÕES de euros que, se for governo, o PS quer roubar aos reformados.

domingo, 20 de setembro de 2015

O QUE É QUE O "RODINHAS AMIGO DAS BICICLETAS" TEM A VER COM A ESTÓRIA DA RAPOSA, DO COELHO E DA COUVE?


Aparentemente nada, mas se continuarem por aqui comigo, já vão saber.

Começando pelo "Rodinhas amigo das Bicicletas", o Rodinhas é um serviço local de autocarros que no caso de que estou a falar faz a ligação entre Moscavide e a Portela.

Pois este Rodinhas agora passou a ser amigo das bicicletas, mas é assim uma amizade tipos monogâmica, uma amizade de apenas uma bicicleta de cada vez.

Ou seja se eu quiser ir com os dois miúdos e as três bicicletas a Moscavide, só podemos levar uma bicicleta de cada vez. O que devem compreender não dá jeito nenhum.

Para além do tempo que isso demora, como é que eu vou conseguir levar os miúdos e as bicicletas sem deixar o miúdo mais novo ou as bicicletas sozinhos?

Foi aí que me lembrei da estória do camponês que quer atravessar o rio de barco, mas só pode levar um de cada vez: a raposa, ou o coelho ou a couve, tendo em conta que, embora possa fazer várias viagens, não pode deixar o coelho e a raposa sozinhos (a raposa come o coelho) nem o coelho sozinho com a couve (o coelho come a couve). (*)

Mas embora parecidos, e se eu estou a ver bem o problema, para levar os dois miúdos e as três bicicletas da Portela até Moscavide no Rodinhas amigo das bicicletas, sem que quer o miúdo mais novo ou as bicicletas fiquem sozinhas, ainda é mais difícil que o problema da raposa, do coelho e da couve.

Enfim, talvez os amigos aqui da bloga descubram uma solução amiga, para este meu problema com o Rodinhas amigo dos bicicletas.


(*) Claro que esta estória do camponês, da raposa, do coelho e da couve é uma estória antiga. Se fosse agora o coelho comia a couve, a raposa e eventualmente o Rodinhas Amigo das Bicicletas.

sábado, 19 de setembro de 2015

O VOTO ÚTIL DA ESQUERDA, É NOS PARTIDOS À ESQUERDA DO PS


As sondagens são o que são, mas todas as indicações de que dispomos duas semanas antes das eleições, permitem concluir que:

1. A 4 de Outubro nem o PS nem a coligação PSD/CDS vão ter uma maioria absoluta que lhes permita formar governo sozinhos.

2. Mesmo que a coligação PSD/CDS tenha mais votos e deputados que o PS, a coligação PSD e CDS não vai conseguir formar governo, a não ser com o PS.

3. Fique o PS atrás ou à frente do PSD/CDS, é o PS que vai decidir com quem quer governar, se com o PSD e/ou o CDS, ou se com os partidos à sua esquerda.

4. O voto útil da esquerda a 4 de Outubro é portanto nos partidos à esquerda do PS, quanto maior a sua votação mais hipótese haverá de o PS rejeitar coligar-se com o PSD e/ou o CDS, e pela primeira vez na sua história entender-se com os partidos à sua esquerda.

5. Ou no caso mais provável de o PS optar por se aliar outra vez à direita, também importante é ter uma boa representação de deputados dos partidos à esquerda do PS na Assembleia da República.


(Os valores no quadro são os da sondagem de  18/09, no Expresso)

SHIT JOURNALISM THEORY


O produto final da digestão de qualquer organismo pode ser designado por vários termos ou expressões, por exemplo o abestalhado Tavares recorre a resultado da digestão, mas no fundo trata-se sempre de merda.

Que a comunicação social está uma merda pegada já nós sabíamos, só não estava à espera é que um dos seus mais destacados jagunços não só o viesse admitir publicamente, como lançar os fundamento duma nova Shit Journalism Theory (em camone para promover a exportação).
A teoria é simples e resume-se em poucas palavras:

Tese 1
A merda que os jornaleiros cagam e publicam é mais importante do que os acontecimentos a que a merda se refere;

Tese 2
A merda que os jornais e TVs difundem tem um alcance muito superior àquilo esteve na origem da merda.

Independentemente de novos desenvolvimento que o abobalhado Tavares entenda acrescentar à sua novel teoria, a sua crónica de ontem (18/9) no Publico é mais que suficiente para lhe assegurar o próximo prémio Pulhitzer.


(Para que não haja mal entendidos o post a não se refere a todos os que trabalham na CS. De fora ficam uns poucos heróis do quotidiano que, nas mais difíceis e adversas condições, teimam em continuar a informar o publico).

domingo, 13 de setembro de 2015

LABOUR ROMPE COM TERCEIRA VIA E NEO LIBERALISMO


A vitória de Jeremy Corbyn, eleito novo lider do Partido Trabalhista Britânico com 59,5% dos votos, contra três representantes do establishment blairista e direitista, seria há três meses atras simplesmente impensável.

Recorde-se que Corbyn nem sequer se apresentou à disputa com a pretensão de ser eleito líder, mas apenas para que na campanha se fizesse ouvir a voz da esquerda trabalhista contra os outros três candidatos de direita.

Dos 30 MPs que subscreveram a sua candidatura (número exigido para ser admitido como candidato), cerca de metade fizeram-no, não como apoio às posições de Corbyn, mas apenas para permitir o pluralismo do debate na escolha do novo líder.

A mobilização popular, e em especial da juventude, e a clareza das propostas de Corbyn, contra a Austeridade e as políticas neo liberais, contra a Nato e as intervenções militares, pelo recuperação do NHS, e renacionalizações, por politicas de criação de emprego e de redução das desigualdades sociais, deixaram a classe política do Labour em estado de choque.

As intervenções de toda a cacicada do Labour, de Kinnock a Blair, de Brown a Milliband, mobilizados em força contra Corbyn, acabaram por ter o efeito oposto, apenas contribuindo para o estrondoso sucesso de Corbyn.

Com uma bancada no Parlamento dominada pela escória que ao longo dos últimos trinta anos se tem dedicado a transformar o Labour social democrata num partido thatcherista e neo liberal, a vida de Corbyn e da nova direcção não vai ser fácil.

A sua única chance é manter e reforçar a ligação à base do partido e ao eleitorado que agora o escolheu para líder, ou seja não repetir o erro de Tsipras e da sua reduzida entourage, que chegados ao governo logo esqueceram a ligação ao partido e desmobilizaram a sua Importante base de apoio.

Para já a eleição de Corbyn é mais uma bem vinda e necessária lufada de ar fresco que contra o desânimo e conformismo de muitos, que o mais que aspiram é a uma versão melhorzinha da Austeridade, mostra que há de facto forças sociais e políticas dispostas a romper com este suicidario rumo neoliberal.

Assim se reforce e alargue o campo dos que estão interessados e dispostos em as mobilizar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

AQUELE NU NÃO É PARA SE FAZER OUVIR, É PARA SER VISTO


Há imagens, e outras intervenções no espaço mediático, que se destinam a dar a voz a ideias, causas ou politicas, algumas delas até com assinalável êxito e resultados palpáveis.

Não é o caso do nu de Joana Amaral Dias na capa duma revista light, que em nada contribuiu para que as ideias ou propostas da coligação Agir se fizessem ouvir.

O que aquele nu consegue é dar visibilidade, reforçar a notoriedade publica de alguém mais conhecido pela presença mediática, do que pelas suas ideias politicas.

Podia ao menos o nu ter ajudado a chamar a atenção para a marginalização que a comunicação social está a impor aos partidos e coligações fora do "arco do governanço", e muito em particular aos partidos sem representação parlamentar, mas até nesse plano não passou dum acto falhado.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

AS FESTAS DE VERÃO DOS JORNAIS COMUNISTAS


As festas de verão dos jornais comunistas, como as do L'Humanité e do L'Unitá, povoavam a imaginação dos jovens que em Portugal, nos anos 60 e 70, lutavam contra a ditadura fascista.

Escutávamos com devoção os relatos de quem já lá tinha estado, deliciávamo-nos com as poucas fotos, e sonhávamos quando um dia teríamos a nossa Festa do Avante em Portugal.

No início do anos 70, aproveitando uma deslocação em trabalho a Paris por altura da Festa do L'Humanité, consegui estabelecer contacto com o Armando Madeira, que me pediu para levar o que pudesse para o pavilhão do PCP.

Lá fui para Paris com uma mala com pouca roupa e todos os exemplares que lá consegui enfiar dum livro editado pouco antes pela Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos.

A Fête de L'Humanité, então a Meca das festas do jornais comunistas, nos arredores de Paris, foi um deslumbramento, um daqueles casos em que a realidade ultrapassa tudo o que tínhamos sonhado mas, aqui entre nós e sem desprimor para os camaradas franceses, nada que se compare à nossa Grande Festa do Avante.

É que não há mesmo Festa como Esta.

FB 2/9