domingo, 28 de outubro de 2012

De ONZE para SETE Sempre São QUATRO de Diferença!

António José (in)Seguro diz que Pedro Passos Coelho, em vez de onze, se meteu numa camisa de sete varas. Querem ver que fez um desconto para não o magoar muito...

sábado, 27 de outubro de 2012

LEMBRAI-VOS DE NÓS COM INDULGÊNCIA
A propósito de Uma Democracia Avançada - Os valores de Abril no Futuro de Portugal.


"(...)Vós, que surgireis da maré
em que perecemos,
lembrai-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembrai-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar.

Íamos, com efeito,
mudando mais frequentemente de país
do que de sapatos,
através das lutas de classes,
desesperados,
quando havia só injustiça e nenhuma indignação.

E, contudo, sabemos
que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nós
com indulgência."

Bertolt Brecht

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

VOLTAR AO LUGAR ONDE JÁ SE FOI FELIZ?
A propósito de Uma Democracia Avançada - Os valores de Abril no Futuro de Portugal.


Todos temos um pouco de masoquista que por vezes, na tentativa de recriar tempos passados,  nos impele a revisitar  lugares onde já fomos mais felizes.

Hoje, a leitura do projecto de alteração do Programa do PCP Uma Democracia Avançada - Os valores de Abril no Futuro de Portugal, trouxe-me à memória o verso do belíssimo Peces de Ciudad de Joaquin Sabina: "En Macondo comprendi / que al lugar donde has sido feliz/ no debieras tratar de volver".

Y cómo huir
cuando no quedan
islas para naufragar
al país
donde los sabios se retiran
del agravio de buscar
labios que sacan de quicio,
mentiras que ganan juicios
tan sumarios que envilecen
el cristal de los acuarios
de los peces de ciudad
que perdieron las agallas
en un banco de morralla,
que nadan por no llorar

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PARA QUEM É POBRE A MISÉRIA NÃO É DIFÍCIL



Actualmente, o valor mínimo do subsídio de desemprego são 419,22€, sendo este o valor do IAS (indexante dos Apoios Sociais). Esta barreira mínima defende os trabalhadores que trabalham pelo salário mínimo ou pouca acima disso. Este valor não é revisto desde 2009 e só essa falta de revisão resultou na sua desvalorização real por via da inflação ao longo destes anos. Agora o Governo pretende alterar este valor, baixando-o para 377€ (90% do IAS) para um desempregado com família e para 301€ (72% do IAS) para um desempregado isolado.
Esta proposta demonstra bem o que significa a expressão propagandista da “Ética na Austeridade” e o calibre do “Visto Familiar” com que o CDS afirmou que passaria a crivo todas as propostas do Governo.
Um trabalhador ou uma família que subsista com um ou dois salários mínimos vivem claramente na pobreza. Não será necessário fazer muitas demonstrações para se concluir o ambiente de profunda privação económica a que estarão sujeitos. A sociedade portuguesa está cada vez mais longe de atingir o patamar mínimo de dignidade económica, que é aquele onde a retribuição do trabalho deve ser o suficiente para fazer face às mais básicas necessidades da subsistência.
Com esta proposta o Governo dá um passo em frente! O governo assume que quem se habitua a viver na pobreza, mesmo trabalhando, facilmente se acomoda à miséria, ficando desempregado.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

RANKING ESCOLAS DO CONCELHO LOURES
Isto é um ranking de escolas, ou é um ranking das condições sociais das famílias dos alunos?


Quando nos deparamos com um daqueles Rankings de Escolas que os jornais fazem a partir dos resultados dos exames divulgados pelo Ministério da Educação, a nossa primeira reacção será irmos espreitar em que lugar está a escola do nosso filho, dos nossos conhecidos, ou até a nossa escola, aquela que há uns anos, às vezes muitos, nós próprios frequentámos.

E foi assim que lá fui ver, primeiro em que lugar do raking estava a escola cá do bairro, e depois  como é que ela comparava com as outras escolas aqui do concelho de Loures.

Um ranking de escolas, julgamos nós, deveria reflectir coisas como a qualidade do ensino, se os professores são competentes, se está bem organizada, enfim, em que medida a escola consegue motivar os seu alunos a dar cada um/a o melhor si.  Mas afinal o que os badalados Rankings de Escolas, ou mais concretamente de resultados dos exames, nos mostrem não é nada disso; todos sabemos que os resultados alcançados pelos alunos dependem muito de condições exteriores à escola, nomeadamente das condições económicas e sociais das respectivas famílias.

Este ano, para além da média dos resultados dos exames, o Ministério da Educação divulgou, e o Expresso publicou, um indicador, a percentagem de alunos carenciados em cada escola, que, apesar de limitado, nos dá uma ideia sobre as tais condições sócio económicas das famílias, que tanto pesam no aproveitamento escolar, e de que tanto nos esquecemos quando olhamos para os Rankings de resultados dos exames.

E como seria de esperar, mesmo tratando-se de um indicador limitado (melhor seria um indicador baseado no nível de educação e rendimento dos pais),  o Ranking das escolas do concelho de Loures reflecte muito mais as condições sócio económicas das famílias dos alunos que as frequentam, do que a qualidade do ensino, a competência e dedicação dos professores, ou a capacidade de organização de cada uma daquelas comunidades escolares.

Para os pais preocupados com o desempenho e resultado escolar dos filhos parecerá que eles terão mais hipóteses de ter boas notas numa escola melhor posicionada no Ranking, por exemplo onde a média dos exames é 13 do que noutra em que é 11,  mas o que os números do Ranking mostram é que não será bem assim. Obviamente naquelas duas escolas há alunos com resultados superiores à média, que até podem ser  resultados semelhantes, sendo a média duma delas inferior por ter mais alunos com resultados mais baixos o que,  voltando ao que já dissemos acima, em geral acontece por razões exteriores à própria escola.

Claro que haverá certamente escolas melhores do que outras, mas a diferença entre elas estará longe daquilo que o Ranking sugere, e em última análise não será  por uma escola não ser tão boa, que um bom aluno deixará de ter bons resultados. E pesará mais num bom resultado os pais sacrificarem-se a comprar uma boa escola, privada, para os filhos, ou  a acompanharem e apoiarem a sua vida escolar e o seu desenvolvimento saudável e equilibrado?

Por ultimo, talvez mais do que os Rankings, aquilo que deixa alguns pais inseguros e apreensivos em relação à escola pública, o seu caracter inclusivo, interclassista, multirracial,  com várias religiões e com quem não tem nenhuma, é afinal uma vantagem na preparação dos jovens para o mundo real, longe das bolhas dos colégios de elite, dos condomínios fechados e outras formas de segregação social que mais não fazem do que contribuir para a reprodução das divisões económicas e sociais  que continuam a ser das maiores chagas deste país tão desigual.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Por aqui também temos do mesmo
NEGAR ALMOÇO A UMA CRIANÇA, NÃO ACONTECE APENAS NA ESCOLA DE LOULÉ.


Para que haja a consciência de que uma escola deixar uma criança sem refeição não é uma excepção, que não se restringe à escola de Loulé, e que se calhar é pratica mais generalizada do que poderíamos supor, aqui fica o  relato dum caso de que tive conhecimento directo, acontecido faz já algum tempo, aqui na Escola Vasco da Gama do Parque das Nações.

À hora do almoço a mãe duma criança de cinco anos recebe um telefonema da escola Vasco da Gama do Parque das Nações a informar que por falta de pagamento não tinha sido servido o almoço ao filho. Por se encontrar fora de Lisboa a mãe telefonou à avó da criança que de imediato se deslocou à escola onde se deparou com a cena degradante do neto, cinco anos, sentado sozinho numa mesa à parte, a ver os outros colegas a almoçar e, se calhar, com o apetite que sempre se aguça quando estamos com fome e vemos os outros a comer, a perguntar para os seus botões porque é que que o estavam a tratar daquela maneira.

Como é habitual nos casos em que alguém faz asneira da grossa, a desculpa foi de que eram ordens, e só depois de feito o pagamento é que serviram a refeição à criança. Acontece, o que para o caso nem sequer acho relevante, que até nem havia qualquer atraso no pagamento, o pai tinha em seu poder o recibo do pagamento adiantado das refeições dessa semana, que por um qualquer erro administrativo não ficou registado no cartão magnético do aluno.

Numa altura em que tantas famílias vivem situações dramáticas, é ainda mais imperioso e urgente que o Ministério da Educação faça chegar às escolas ordens claras de que ninguém, por nenhum motivo, seja por falta de pagamento ou de pagamentos em atraso, pode negar a refeição a uma criança.

No post do 5Dias Porque a barbárie contra as crianças é assunto de todos faz-se o apelo para que todos participemos no protesto junto das entidades responsáveis, para que casos deste não voltem a acontecer, nunca mais.

Macacadas para Entreter


DEPOIS do secretário de Estado da Juventude e Desportos, Miguel Mestre, do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e do eurodeputado Paulo Rangel terem sugerido que os jovens deviam escolher o caminho da emigração, caso tivessem dificuldade em encontrar trabalho em Portugal, chegou a vez do ministro da Economia e (des)Emprego Álvaro Santos Pereira vir contrariar estas orientações, dizendo que o seu objectivo é travar a emigração de trabalhadores portugueses, caso não encontrem emprego no seu próprio país, muito embora não tenha dito quando nem como. Embora o propósito seja bom, a coisa cheira a mais uma macacada para entreter, isto porque os números desmentem esta intenção, continuando a subir imparáveis, além de que o Orçamento de Estado para 2013, é um passaporte garantido para tudo piorar, em todas as áreas, sem excepção.

domingo, 14 de outubro de 2012

A Bala de Prata

Jerónimo de Sousa - «É sacar, é roubar mais de 2,5 mil milhões de euros, a quem trabalha ou trabalhou. Isto é o que nos faz gerar um sentimento de revolta.»

Pedro Passos Coelho - «As expressões que aqui emprega, traduzindo-se na mais do que sugestão, na responsabilização por actos de roubar como acusa o Governo de fazer, torna o PCP cúmplice, para não dizer instigador de atitudes de maior violência em Portugal.»

Troca de palavras entre Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, no debate parlamentar de 12 de Outubro de 2012 na Assembleia da República.

Meu comentário - A resposta veio logo no dia seguinte, 13 de Outubro de 2012, com as Marchas do Desemprego da CGTP, isto quando Pedro Passos Coelho já se esgotou e não tem resposta para os discursos políticos. Sem argumentos, de cabeça perdida e perdido no seu labirinto, dispara a esmo com a única munição que lhe resta: uma bala de prata que os portugueses, entre muitas outras coisas, também vão ter que pagar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

AUMENTOS DO IRS
Com o PSD e CDS o sacrifício maior é sempre para os que menos têm.


Se o seu rendimento colectável de 2011 foi dez mil euros, pagou de IRS 1550 euros. Já se o seu rendimento colectável foi dez vezes superior, cem mil euros, pagou 36050 euros.

Com a nova tabelas em discussão na AR, acrescida da sobretaxa de 4%, um rendimento colectável de dez mil euros passa a pagar 2270 euros, e um de cem mil euros irá pagar 43720 euros.

Ou seja, para quem tem um rendimento colectável de cem mil euros/ano o aumento do IRS será de 22%. Já para quem tem um rendimento colectável dez vezes menor, dez mil euros/ano, o aumento do IRS será de 46%.


MARCHAR CONTRA O DESEMPREGO

sábado, 6 de outubro de 2012

Firmeza


ESTAMOS rodeados de cobardolas, que fogem do povo como o diabo da cruz. Um refugia-se no "Pátio da Galé", rodeado de gorilas e seguranças, despeja mais umas quantas inutilidades pela boca fora e sai apressadamente, ao passo que o outro se ausenta para o estrangeiro, dizendo que anda por lá por ser indispensável estar presente numa reunião dos chamados "amigos da coesão". Cá por mim, penso que é preciso dar-lhes com firmeza, como o fez a cantora lírica Ana Maria Pinto.

Firmeza

Poema de João José Cochofel e Música de Fernando Lopes-Graça

Sem frases de desânimo,
Nem complicações de alma,
Que o teu corpo agora fale,
Presente e seguro do que vale.
Pedra em que a vida se alicerça,
Argamassa e nervo,
Pega-lhe como um senhor
E nunca como um servo.

Não seja o travor das lágrimas
Capaz de embargar-te a voz;
Que a boca a sorrir não mate
Nos lábios o brado de combate.

Olha que a vida nos acena
Para além da luta.
Canta os sonhos com que esperas,
Que o espelho da vida nos escuta.