sábado, 30 de abril de 2011

ARPÃO ENTROU HOJE NO TEJO
Pena não ter chegado mais cedo, para defender o país da entrada da Troika.


E destes massacres (29/4, e 1/5) nem uma operação conjunta dos três ramos das forças armadas nos safam.

A Pão e Água, e Pouco Mais…



O TRIUNVIRATO (a que outros preferem chamar de “troika”) FMI-UE-BCE, parece já ter pronto o pacote da nova leva de castigos a que os portugueses vão ser sujeitos, para que o país possa beneficiar do resgate das dívidas (coisa ainda não garantida) que o governo contraiu, e de que a banca irá ser a principal beneficiária. Digo isto, porque essa coisa de resolver os problemas económicos e sociais do país, não é especialidade deste triunvirato, logo essas dificuldades podem esperar pelo próximo inquilino que irá ocupar S.Bento. Até lá, a governação “de facto” do país, a desenrolar-se num patamar acima do habitual, foi delegada e assegurada pelo tal triunvirato, enquanto José Sócrates mergulha de cabeça no seu adorado elemento, isto é, a campanha de promoção da sua “banha da cobra” eleitoral, onde os tangos e as promessas de união de facto entre PS, PSD e CDS, não passam de variantes da coreografia que costuma andar associada a eleições, que os portugueses continuam a olhar com alguma indiferença, e a ter relutância em desmistificar e punir (eleitoralmente, claro!).
Para avaliar o impacto das tais medidas e sanções propostas, dizem os entendidos que não são precisas muitas palavras, basta fazer uma síntese. Ainda puxei pela cabeça para encontrar o discurso adequado, mas desisti, pois há coisas que já não cabem nas palavras. Acabei por me socorrer das imagens acima, para transmitir essa ideia, tão directa e sintética quanto possível.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Recortes e Rascunhos (4)

EM declarações registadas pela agência LUSA, Pedro Passos Coelho, o auto-nomeado candidato a primeiro-ministro estagiário, garantiu que, caso ganhe as eleições, não vai “enxamear” o Estado com "boys" do PSD. Ora pelas minhas contas, e atendendo aos esforços que foram feitos nos últimos seis (6) anos pela manápula distribuidora de sinecuras do aparelho socrático, se o PSD repetisse a façanha, iria confrontar-se com os "boys" do PS, e haver guerra fratricida pela certa, pois tanto as técnicas de exploração aviária como os provérbios populares, reconhecem que é muito difícil haver dois galos na mesma capoeira, quanto mais no mesmo poleiro.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ai Coitada, Olhem Só, Quem Diria!

Recorte da primeira página do semanário SOL de 21 de Abril de 2011

Meu comentário: E o povo, pá?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

COMEMORAR ABRIL


Comemorar Abril, sempre, nas ruas e praças, nas colectividades, nos almoços e jantares de amigos e camaradas.

Quis o capricho da história que, estando a Assembleia da República dissolvida, fossemos este ano poupados ao pornográfico espectáculo, verdadeiro hard core, de vermos naquilo que devia ser a casa da democracia, os inimigos de Abril pretensamente a comemora-lo.

Aproveita entretanto o Presidente de 23 % de todos os portugueses, para promover uma "cerimónia" que tudo indica mais não vai servir do que para promover as manobras anti-democráticas do chamado "Compromisso Nacional".

ATÉ JÁ, NA AVENIDA DA LIBERDADE.

domingo, 24 de abril de 2011

Esquizofrenia Orçamental

UMA pessoa com três dedos de testa e que não esteja com muitos gramas de álcool no sangue, custa-lhe a acreditar que vinte e três (23) dias depois de ocorrido a última correcção do défice orçamental de 2010, ainda se estejam a descobrir esquecimentos, descuidos, deslizes e capotanços que contribuem para o agravamento do dito cujo. Foi ontem, Sábado, dia 23 de Abril, que o Instituto Nacional de Estatística anunciou a revisão do défice de 8,6 por cento do PIB, para 9,1 por cento, por causa da “grande complexidade” de três contratos de Parcerias Público Privadas, o que me leva a concluir que por aquelas bandas se estão a fazer horas extraordinárias e a queimar os neurónios, desenfreadamente. Esta nova revisão de última hora veio agravar as necessidades de financiamento da Administração Central, que passam dos 15.304,7 milhões de euros, anunciados em 31 de Março, para uns actualizados 16.175,7 milhões de euros, isto é, uma bagatela de 871 milhões de euros que, sem luvas nem derrapagens, quase chegava para comprar mais um submarino. Só espero que por causa da tolerância de ponto decretada pelo Governo, não tenha sido esquecido ou deixado para trás mais algum pormenor com importância para as contas, e que daqui a dias voltem a surgir novas actualizações à ditadura esquizofrénica do défice orçamental.

sábado, 23 de abril de 2011

Alguém tem Dúvidas?

«(...) Os problemas do emprego resolvem-se com crescimento, empresas dignas e eficientes, relações laborais saudáveis. Não é pela degradação do mercado de trabalho que se defende o emprego. Discuta-se, definitivamente, onde estão as causas da baixa produtividade em Portugal e analise-se a enorme deficiência organizacional das empresas e as razões por que muitos se declaram incapazes de pagar um simples salário mínimo. (...)»

Passagem da entrevista de Raquel Martins ao economista José Reis, publicada no jornal PÚBLICO

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Crise, os portugueses que dizem estar todos a encher os hotéis do Algarve, e os portugueses realmente a passar a Páscoa nos hotéis do Algarve.


A propósito das elevadas taxas de ocupação dos hotéis do Algarve nestas mini-férias da Pascoa, a Comunicação Social que temos aproveita para continuar a promover, e vender, a sua histérica visão da Crise. Dependendo do estado de espírito do alegado jornalista, as peças oscilam entre o tom de que afinal a Crise não é assim tão má como a pintam, ou de que mesmo com o agravar da Crise, e a Troika instalada no Terreiro do Paço, os portugueses (implicitamente todos) continuam a gastar de forma irresponsável, muito acima das suas possibilidades.

Claro que enquanto debitam estas doutas cogitações à volta das notícias das taxas de ocupação dos hotéis do Algarve, os escribas de serviço ignoram olimpicamente que Portugal é, com a Inglaterra, o País da Europa onde são maiores as desigualdades entre os 10% de menores rendimentos e os os 10% que estão melhor na vida, e que é seguramente entre estes 10%, ou vá lá 20%, a quem a Crise normalmente nunca bate à porta, que se irá encontrar a esmagadora maioria dos menos de 2% dos portugueses que estão a passar as mini-férias da Páscoa nos hotéis do Algarve.

Mas afinal são menos de 2% ? Admira-se, surpreendido, o leitor que teve a pachorra de me acompanhar até aqui. Então vejamos, com cerca de 100 000 camas nos hotéis do Algarve, mesmo com todas a dois clientes por cama, daria 200 000 pessoas. Se descontarmos os estrangeiros, e considerando que portugueses segundo o site da Pordata somos 10.648.855, não chega sequer lá perto dos tais 2%.

Que dos poucos portugueses que estão bem na vida, alguns tenham decidido aproveitar os descontos e promoções dos hotéis do Algarve, que em certos casos chegam aos 30%, será sim mais uma notícia do país desigual em que vivemos, mas o que não vi até agora foi um só jornalista a dizer que esta é mais uma das muitas situações que deixam bem a claro a verdadeira natureza de classe da presente Crise.

Num país onde cresce o desemprego e a precaridade, e se cortam os rendimentos dos que menos têm, uma minoria privilegiada aproveita-se dos descontos e promoções que seguramente não saíram do bolso do capitalista, mas sim do corpo de quem trabalha (cortes no pessoal, redução dos salários reais, e aumento da duração ou intensidade do trabalho) para, a baixos preços, continuar a desfrutar dum estilo de vida cada vez mais distanciado da maioria dos portugueses que, com o seu trabalho lhes proporcionam, para além do mais, tirar proveito da própria Crise.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Desesperadamente à procura dum "Compromisso Nacional" para evitar que a gamela entorne.


Pelo que nos diz um dos gajos que ajudou a destruir a Reforma Agrária, a nomenklatura da Animal Farm nacional, além de preocupada, anda por aí a desdobrar-se em encontros e iniciativas para evitar a todo o custo que a disputa entre os caciques mais sôfregos acabe por entornar a gamela onde estão abancados à quase 36 anos.

Agora apelam também a outras espécies mais abaixo na cadeia alimentar para assinarem o "Compromisso Nacional" a defender a estabilidade eterna da gamela. Só se esqueceram, por enquanto, de pedir que nos apresentemos todos à porta do Ministério das Finanças, vestidos de branco e de corda ao pescoço, comprometendo-nos perante a Troika a pagar, até ao último euro, a dívida que serviu para os pôr assim gordos, anafados, e luzidios.

Portugal, Paraíso do Golfe

JÁ QUE insistem com esta questão da tributação de IVA a 6% para o golfe, a fim de estimular o turismo e a empregabilidade no sector, tornando o país mais competitivo, eu sugiro ir um pouco mais longe. Muito embora saiba que isto é entendido por muita boa gente como um escândalo, melhor, uma forma de proteccionismo, com a qual os nossos parceiros da União Europeia estariam visceralmente em desacordo, sugiro que para incentivar a economia nacional e desincentivar o desemprego, nesta peculiar fase que Portugal atravessa, seria uma boa medida, reduzir substancialmente (senão mesmo isentar) o IVA em TODOS OS PRODUTOS DE FABRICO NACIONAL, durante os próximos seis (6) anos. Não fui convidado para dar o meu parecer, mas se tivesse sido não descartaria esta solução, pois tirar o país do buraco é bem mais importante que andar a meter bolas nos buracos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

CHARLES DARWIN
Faz hoje 129 anos morria o homem que nos explicou a Árvore da Vida.

Explore the ToL linksExplore the root of the Tree of LifeExplore fungiExplore terrestrial vertebrates  (amphibians, reptiles, birds, mammals, etc.)Explore  animalsExplore flowering plants Explore organisms with nucleated cellsExplore arthropods  (insects, spiders, crustaceans, etc.)
Clique sobre as figuras da Árvore da Vida para seleccionar um ramo.


The Tree of Life Web Project (ToL) is a collaborative effort of biologists and nature enthusiasts from around the world. On more than 10,000 World Wide Web pages, the project provides information about biodiversity, the characteristics of different groups of organisms, and their evolutionary history (phylogeny).

Each page contains information about a particular group, e.g., salamanders, segmented worms, phlox flowers, tyrannosaurs, euglenids, Heliconius butterflies, club fungi, or the vampire squid. ToL pages are linked one to another hierarchically, in the form of the evolutionary tree of life. Starting with the root of all Life on Earth and moving out along diverging branches to individual species, the structure of the ToL project thus illustrates the genetic connections between all living things.

Análises e Discussões Técnicas


Já que o Presidente da República está numa onda de acarinhar as "análises e discussões técnicas da situação portuguesa" e se escusa a especular, e não querendo ir mais longe, era desejável que pedisse explicações a quem de direito, pelo facto de continuar a aumentar a diferença entre os números de desempregados inscritos nos centros de emprego e as estatísticas oficiais elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística. O facto de o Governo ser apenas de gestão, não quer dizer que não tenha que dar explicações dos mistérios que periodicamente andam associados com a redução de pessoas na situação de desemprego. É que isto acontece sempre que nos aproximamos de um período eleitoral, onde as boas notícias, mesmo que falsas ou cirúrgicamente trabalhadas, acabam por ter alguma eficácia.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

É QUE SE NÃO OS COMBATEMOS OS GAJOS DÃO CABO DE NÓS.


O mês passado publicámos aqui no blog uma foto, sacada nem sei donde, do puto da fisga, foto que nos dias seguintes vimos com agrado por aí espalhada pela blogosfera e FB, até que agora, com alguma surpresa, aparece também num cartaz do PCP.

Embora curioso de qual vai ser a reacção institucional, pela minha parte acho que também as outras 11 avantesmas do cartaz mereciam uma foto mais sugestiva, e se o problema é falta de material é só darem por aí uma volta na Internet que artigo do bom nessa categoria é coisa que não falta.

Mas, falando do que interessa, com ou sem puto da fisga, lá estaria sempre na próxima 2ª feira, em frente ao Ministério das Finanças do governo de Sócrates e Teixeira, para lembrar aos caramelos que estão lá dentro reunidos com o FMI e a UE, a fazer o papel de Miguel de Vasconcelos do século XXI, que talvez se lixem, talvez, como aconteceu noutras épocas, acabem também a ser atirados da janela, para o caixote do lixo da história, como mais uns candidatos falhados a coveiros desta pátria e deste Povo que, com altos e baixos, já cá andam há mais de 800 anos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Outros Corsários e Flibusteiros

DIZ-NOS a comunicação social que Portugal vai assumir o comando de mais uma missão naval da União Europeia, contra a pirataria no Oceano Índico, junto à costa da Somália, entre as ilhas Seicheles e o Golfo de Áden, com a fragata Vasco da Gama, a qual vai desempenhar as funções de navio almirante. Não é uma missão de soberania na verdadeira acepção da palavra, mas sim uma missão de policiamento e dissuasão, no quadro dos compromissos internacionais da UE, que não se percebe muito bem, porque razão é entregue a um país que atravessa uma grave crise económica e financeira, quando deveria ser ele próprio a refrear os seus ímpetos e envolvimentos em operações desta natureza.
No quadro da actual crise que o país vive, onde parece já não existir verba para pagar atempadamente os próprios vencimentos de polícias e militares, penso que Portugal em vez de andar a consumir recursos e a dispersar-se lá fora, no combate à pirataria, deveria concentrar-se cá dentro, na adopção de soluções para o combate à crise, e sobretudo, na luta contra a corrupção e a extorsão, levada a cabo por alguns conhecidos corsários e flibusteiros de colarinho branco.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

PRÓXIMO ACTO
Fernando Nobre em mais uma missão humanitária?


Próximo acto.... O homem chega das estranjas, e vai "explicar" que aceitou porque considera o convite uma "missão humanitária", que o PSD está doente e que a sua inclusão nas listas visa atacar "cirurgicamente" o mal que (segundo se apercebeu nas presidenciais) já lá não vai com placebos ou antibióticos.

Que não... não o move nenhum outro interesse que não seja o patriótico e que CATEGORICAMENTE declara que nem queria ser deputado. Mas o seu conceito de CIDADANIA obrigou-o (mais uma vez) a abdicar da sua vontade pessoal em prol dos mais (des)favorecidos". Digo eu, sei lá!!

Comentário de Maria Bel no Facebook.

Está Errado!

OTELO Saraiva de Carvalho, reflectindo sobre o 25 de Abril, as queixas que escuta ao povo, e o estado calamitoso em que se encontra hoje o país, disse que se em 1974 possuísse dons divinatórios e soubesse que iríamos desembocar nesta situação, não teria aderido ao Movimento das Forças Armadas (MFA), nem teria realizado o 25 de Abril.

Acho que está errado! A revolução do 25 de Abril não se pode avaliar pela projecção das suas intenções, sobre a situação e as realidades actuais, direi mesmo, reconhecer a sua inutilidade, apenas serve para desculpabilizar todos os que de lá para cá, claudicando e sabotando-a das mais variadas formas, subverteram os seus princípios, desígnios e objectivos, e não será muito diferente do que incautos e saudosistas andam por aí a perorar, lamuriando-se, quando dizem à boca pequena "volta Salazar que estás perdoado".

terça-feira, 12 de abril de 2011

EPIFANIA NA PARAGEM DO 28
Governo pequeno, Estado Mínimo, e o Programa de Governo do PSD.


Sempre me fez confusão que Passos Coelho, que tão esforçadamente se desdobra em intervenções, entrevistas e outras cenas inspiradas pelo tio Ângelo e superiormente produzidas pelo primo Relvas, tudo para nos convencer que está preparado e à altura de liderar os destinos desta cada vez mais desditosa Pátria que o pariu, não fosse capaz de nos dizer, ou pelo menos dar assim um lamiré, da forma como vai resolver a Crise, exterminar o Défice, e comboiar este Povo carente e bisonho para as verdes pastagens do neoliberalismo, privatizações e despedimentos por motivo atendível,

e não é que hoje, na fila do 28, ao paleio com uma precária e dois desempregados, não é que de repente se me vem assim uma epifania, uma espécie de visão, tipo um click dentro da tola, e zás... estava o enigma esclarecido: defensor do Governo Historicamente Pequeno e do Estado Mínimo, o Programa de Governo do incumbente Coelho é fazer, na modalidade parceria publico-privado, o outsourcing dos ministérios das Finanças, Economia, Trabalho, Segurança Social, Saúde e Educação cá da terrinha ao, só podia, ÉFE ÉME III !!!!

HOJE ESTOU MUITO GRÁFICO!


MUDA A MÚSICA


domingo, 10 de abril de 2011

Vem aí um novo paradigma nas ciências sociais ?


Não é propriamente uma novidade absoluta, esta de podermos contar na nossa classe política com gente que muito pouco tempo depois de dizer "sim", diz que afinal, o que queria dizer era "não". São os conhecidos profissionais do vice-versa ou do versa-vice, tanto faz.

Com a maior das serenidades e impassibilidades, tratam o "sim" e o "não" como elementos neutros das suas muito particulares operações dialécticas e discursivas. Sem qualquer inflexão de voz, sem qualquer trejeito facial, sem dedos a fazer figas, tratam o "sim" como "não" e o "não" como "sim". Aqui, nem o Dr. Cal Lightman, da série televisiva "Lie to me" se safava.

Mas os últimos anos e em especial nos últimos meses, revelou-se um verdadeiro super-campeão da modalidade: José Sócrates Pinto de Sousa, para muitos, engenheiro em projecto, mas que vem mostrando a mais "engenhosa" das capacidades de sustentação, o que certamente o fará ombrear com o Eng. (de facto) Edgar Cardoso, um dos expoentes mundiais da engenharia de sustentação.

Em si mesmo, José Sócrates Pinto de Sousa, merece que nos universos das Neurociências, da Psicologia, da Antropologia e da Sociologia, seja intensamente estudado o seu caso. Portugal e o mundo académico e da investigação precisam perceber que condições históricas, sociais, políticas, psicológicas e fisiológicas conseguem produzir um caso tão especial de político vice-versa ou versa-vice.

Mas não deveriam ainda as ciências sociais, em geral, focar-se neste caso ímpar, de um partido inteiro não apenas se render, como se entusiasmar abundantemente com todos os vice-versa ou versa-vice quotidianos do Sr. José Sócrates Pinto de Sousa ?

Que extraordinárias explicações, revelações, nos poderá trazer daqui a uns anos a ciência ? Muito provavelmente com o estudo deste caso, terá lugar uma inesperada ruptura epistemológica em muitos domínios científicos. E bem sabemos que a ciência avança, também, sempre que se depara com casos inusitados.

É consabido que os partidos políticos são universos sociais especiais. Ainda assim, não pode deixar de causar perplexão um tal unanimismo, quase furioso, em torno de uma figura, que com a mesma convicção desmente o que acabou de afirmar ou que procede exactamente ao contrário do que trejurou fazer.

Resta ainda saber, se o objecto dos estudos que proponho não terão de ser ainda alargados ao país. É que a tendência que os portugueses têm revelado para os problemas de memória (não só histórica, mas também contemporânea, de algumas horas apenas...), de compreensão da realidade que os rodeia, de abstracção e de "planeamento" é preocupante.

A perda de sentido nos "opostos elementares", como "sim" e "não", "concordo" e "discordo", "preto" e "branco", em que tudo se amalgama de modo indefinido e desestruturado, talvez configure um estado de anosognosia ou a caminho disso.

Quando é individual é uma questão do âmbito das ciências médicas. Quando é colectiva é uma questão para as ciências sociais.

Estaremos na eminência de um novo paradigma nas ciências sociais ?

PENSE NISTO
A todos os que continuam a apoiar Fernando Nobre.


A todos os que votaram em Fernando Nobre nas Presidenciais e continuam a pensar que é importante ter um independente, um homem como ele na Assembleia da República, pense nisto, como cabeça de lista do PSD por Lisboa Fernando Nobre já está eleito.

Portanto se o seu voto nas Presidenciais foi contra os políticos do costume, contra os carreiristas que vivem à custa da política, não vá agora dar o seu voto ao PSD, o seu voto só iria contribuir para dar mais um deputado ao PSD, para meter na AR mais um daqueles candidatos que se "sentam na 3ª fila", que só servem para se levantar e sentar na altura das votações.

Mostre aos politiqueiros como Passos Coelho que não alinha nas jogadas de quem se quer servir das pessoas para atingir os seus objectivos. Não dê o seu voto ao PSD. Fernando Nobre não precisa dele, a sua eleição está garantida.

PENSE NISTO

Congressando…

HÁ BOCADO, pouco antes do telejornal da tarde, tinha assistido a um programa da BBC sobre primatas (há tantos! Isto deve ser alguma mensagem sub-liminar!), para logo a seguir, em tempo de “notícias”, ser bombardeado com o “concílio tupperware” do PS (partido Sócrates). Para quem viu as duas coisas, e se for uma pessoa dotada de discernimento e sensibilidade, é óbvio que dará vantagem aos primatas, por duas razões: eles (os primatas) são genuínos, são solidários, não mentem, e esforçam-se por aprender dentro da sua comunidade, e quando surge um conflito, se a solução não lhes agrada, rebelam-se ou desandam... Quanto aos outros, valha-me deus, que sou incréu…

O engenheiro incompleto e demissionário José Sócrates, está formalmente em campanha eleitoral, muito embora, em abono da verdade, isso seja uma coisa em que ele nunca deixou de estar. Os três dias de congresso do PS (partido Sócrates), não passaram de um ajuntamento, de tipo comicieiro, para ver o piloto a exercitar-se, a exibir-se e a manter o aparelho aquecido. Não tem rumo, vai voando assim, ao desbarato, a fazer de conta de ainda está a governar. Em campanha está como peixe na água, e então quando lhe deixam o caminho livre para exibir as suas aptidões e dotes oratórios, onde prevalece o discurso espertalhaço, o ataque, a camuflagem, a evasão, e quando é preciso, recorrendo aos seus dotes de manipulador, também consegue ser patriotão e popularucho, não tem competidor à altura, que o estorve ou consiga agarrar. O general, afinal, não passa de soldado raso, bem temperado, bem embrulhado, mas...
É por estas e outras que o homem não deve ser menosprezado. Seja o povo crédulo ou deprimido, a verdade a isso obriga! Seja assim ou assado, a criatura é genial, ou passou a sê-lo, se tomarmos em consideração que aprende com grande facilidade as vetustas técnicas do embarrilanço, que foi (ou ainda é) assessorado por uma das mais competentes e caras empresas de marketing político e relações públicas do mundo e arredores (pagas, se calhar, do bolso dos contribuintes), e dispõe de um batalhão de secretários e assessores que lhe atende os telemóveis (e apanha os cacos quando o “animal feroz” desperta) até rascunhar os discursos, coisa de fazer inveja ao mais ambicioso dos políticos. E o PS, que eu sarcasticamente passei a apelidar de “partido Sócrates”, deixou-se enredar, anestesiar e ficar cativo daquelas enxurradas de vaidades e enganos, emolduradas com a bazófia da “boyada” (a imagem dos sôfregos leitões não é despropositada) que continua, desenfreadamente, a bater palmas ao gajo que cometeu a proeza de no espaço de seis anos, fazer o possível e o impossível para afundar Portugal, deixando os portugueses nas mãos dos banqueiros, credores e agiotas, e mais recheados os bolsos dos amigos.
Se o problema fosse apenas do PS, eu nem sequer me dava ao trabalho de escrever uma linha sobre o assunto deste comício, porque habitualmente não comento congressos partidários. Mas como o logro em que país caiu, tem a ver com a marca e a assinatura deste PS, o assunto passa a ver com todos nós, e só espero que a minha verve e a tinta não se esgotem, para continuar a prosar toda a minha indignação, venha ela de onde vier.

Um dia à maneira para apreciar as maravilhas da natureza, e da literatura.

Alguém explica a Alegre que o problema é NÃO haver soluções de esquerda COM o PS, que escolhe sempre a direita para se aliar?


sábado, 9 de abril de 2011

RECEITA DAS 47 "PERSONALIDADES"
Primeiro tomam-se as decisões, depois fazem-se as eleições.


Com um antigo ministro das colónias dum Governo de Salazar a encabeçar a lista, uma espécie de brigada do reumático apresentou hoje uma solução original para resolver a Crise. Primeiro eles, os que andam há mais de 30 anos a lixar isto, decidem. Depois votamos nós, não se sabe bem para quê, talvez para escolher entre o srs. José Dupont e Pedro Dupond, ou os dois pelo preço dum.

Querem as 47 personalidades "um compromisso entre o Presidente da República, o Governo e os principais partidos" (que porra de cinismo porque não dizem logo PS e PSD), para a "execução dum plano de acção imediato" (antes das eleições, obviamente), que "evitando perturbações adicionais numa campanha eleitoral" garanta um "clima de tranquilidade (que) não está neste momento assegurado" (nunca se sabe o que pode acontecer se o pessoal se aperceber do caldinho que lhe estão a preparar), "deve permitir ao Governo (...) assumir inadiáveis compromissos externos" (outro PEC revisto e aumentado, que satisfaça todas as exigências da UE, FMI e banqueiros), numa "perspectiva de médio e longo/prazo" (até que a morte nos separe).

Com todas as letras e maior descaramento, aqui temos mais uma proposta de suspensão prolongada da pouca Democracia que ainda por aqui resta. Pela minha parte podem as 47 personalidades enrolar o documento num canudinho e fazer a fineza de o enfiar no orifício que lhes der mais jeito.

CONGRESSO DO PS
Estão dispensados, podem aproveitar o fim de semana, o chefe já disse que a única coisa que quer é saber se estão todos com ele.



"Eu só preciso de saber uma coisa neste Congressos, e só preciso duma resposta vossa. Está o Partido Socialista comigo? Estão comigo todos os socialistas? Está comigo todo o Partido Socialista?" Sócrates na intervenção inicial do Congresso do PS (ver ao minuto 53 do vídeo).

E será que está mesmo com ele todo o Partido Socialista? Bom, acho que, por enquanto, pelo menos os boys estão.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ELEIÇÕES: ESTÁ TUDO EM ABERTO
O que dizem que as sondagens dizem, e o que realmente dizem as sondagens.


Correspondendo ao natural desejo que todos temos de tentar adivinhar aquilo que nos espera, as sondagens, não obstante os sucessivos fiascos entre aquilo que anunciam e o que depois acontece, são sempre objecto da habitual atenção que acabamos por lhes dispensar.

Por cá, para além de usarem métodos que sistematicamente empolam os resultados do PS e PSD, e subestimam os dos outros partidos, são cada vez mais usadas como forma de manipulação do eleitorado, extrapolando os números reais de forma a dar a entender que a coisa já está resolvida a favor dos partidos do costume, que gozariam dum apoio que de facto não têm, e que ao eleitor mais não resta do que submeter-se à realidade que elas anunciam, devendo cada um acomodar-se àquilo que lhe parecer o mal menor.

Vejamos por exemplo a última sondagem da Católica que dizem que diz que 39% iriam votar no PSD e 33% no PS, ou seja que os partidos do centrão têm entre si 72% (até parece que os portugueses apoiariam incondicionalmente os partidos que nos meteram neste buraco). Vai-se a ver os números reais e não é bem assim, nem nada parecido, aquelas percentagens são apenas um supônhamos de quem apresenta os números, e não aquilo que o pessoal disse.

O que os inquiridos da sondagem realmente dizem é que 16% vão votar no PSD e 13% no PS, o que está longe como o caraças dos 39 e 33% que nos apresentam nos títulos dos jornais ou nos quadros coloridos das notícias da TV.

Por outro lado, os números reais da sondagem dizem também que o conjunto dos 5 partidos recebe intenções de voto que somadas atingem apenas 38%, ou seja 62% dos inquiridos, a 2 meses das eleições, ainda não decidiram em quem vão votar, ou se vão sequer lá pôr o papelinho.

Com a crise que nos está a pôr de pantanas e cerca de 2/3 do eleitorado ainda sem uma intenção de voto definida, mesmo que também seja dos que acham que isto não vai lá com eleições, diga lá se estas não podiam, ou podem, ser as eleições mais interessantes dos últimos 35 anos ?

O Que Parece É!

«A Bolsa de Lisboa estava entre as que mais valorizavam hoje [ontem] de manhã na Europa, puxada pelas acções do sector bancário, cujas cotações disparavam após o anúncio ontem de que Portugal pediu ajuda financeira à União Europeia. (...) As acções do BES valorizavam 5,75 por cento, as do BCP 4,41 por cento, as do BPI 4,32 por cento e as do BANIF 3,09 por cento (...)»

Excerto da notícia do jornal PÚBLICO (suplemento Economia) de 7 de Abril de 2011

Meu comentário: Os senhores presidentes dos 5 MAGNÍFICOS BANCOS e os seus senhores accionistas, estão de parabens.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A NÃO ESQUECER DIA 5 DE JUNHO


Passageiro Frequente

NO CURTO período de 37 anos, esta é a terceira vez que o país recorre ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Considerando os habituais padrões de classificação dos clientes, Portugal devia passar a ser considerado "passageiro" frequente, com acesso a condições especiais de tratamento e direito a descontos.

PIG A RECEBER AJUDA DA UE E FMI


PIGS - Portugal, Ireland, Greece and Spain

CARTEL DOS BANCOS
Será que Autoridade da Concorrência vai usar o mesmo rigor que mostrou com o "peixe miúdo" do Cartel do Sal?

Foi para isto, e para estes, que se fez o 25 de Novembro

Quatro empresas de refinação e distribuição de sal, entaladas pelos preços que lhes eram impostos pelas grandes empresas suas clientes uniram-se para garantir preços que lhes pareceram mais razoáveis.

Aí a Autoridade da Concorrência acordou da profunda letargia em que vegeta desde a sua criação, como o estimado leitor pode constatar diariamente numa bomba de gasolina perto de si, e para justificar a sua apagada existência aplica as devidas multas e leva o chamado Cartel do Sal a tribunal, dado o que, e para recuperar da intensa trabalheira, volta a entrar no seu estado normal de hibernação.

A desculpa que a Autoridade da Concorrência dá para a sua inoperância, de não ter elementos que lhe permitam actuar mais vezes, é de certo modo verdadeira, é difícil ter aquilo que não se procura, e no que toca à alegada Autoridade o esforço vai todo no sentido de nada procurar e de ainda menos tentar saber.

Agora que veio a público que os bancos se reuniram no Banco de Portugal para anunciar em conjunto que vão deixar de comprar Dívida do Estado, será que a Autoridade da Concorrência vai usar com os tubarões do CARTEL DOS BANCOS o mesmo rigor que mostrou contra o peixe miúdo do Cartel do Sal? Ná, não me parece, a minha curiosidade fica-se para ver qual será a desculpa que a Autoridade vai parir para, mais uma, vez nada fazer.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

É UMA QUESTÃO DE ESCOLHA


Não sou escriba assíduo, mas como a minha conta ainda está aberta vou fazer uso dela, reproduzindo aqui um comentário que deixei num blog, dos muito que por estes dias têm comentado a reunião de sexta-feira entre o PCP e o BE.


"Há uma graçola, anti-semita na sua génese, que eu recauchuto para a situação em que a esquerda vai vivendo. Num debate sobre a falta de entendimento entre as várias matrizes de esquerda, um camarada afirma: – Onde há duas pessoas de esquerda há três opiniões, duas das quais inconciliáveis. A afirmação é emendada por outro que diz: – Eu acredito que onde há três pessoas de esquerda existem pelo menos cinco opiniões, três inconciliáveis, uma contraditória e outra intolerável!

Por mais anedótico que possa parecer, muitas vezes encaixamo-nos nesta caricatura.

As nossas diferenças de opinião são incomensuravelmente em menor número e qualidade que as nossas concordâncias.

Qualquer entendimento não implica um acordo entre iguais.

As diferenças entre aqueles que celebram um entendimento, seja lá qual for a forma que o mesmo assuma, pode ser uma vantagem em vez de um óbice.

As estratégias próprias de afirmação dessas diferenças são legítimas e não inviabilizam o estabelecimento de compromissos entre o quer que seja semelhante.

O corolário disto é que, ainda que nem todas, MUITAS DAS DIFERENÇAS SÃO MANIFESTAÇÕES CARICATURAIS, ESTUPIDAMENTE CULTIVADAS POR AMBAS AS PARTES, POUCO OU NADA REFERENCIADAS À REALIDADE, MAS QUE SE CONSTITUEM COMO REAIS ENTRAVES AO ENTENDIMENTO.

Pessoalmente fiquei profundamente satisfeito com as notícias do diálogo e não o vou torpedear de modo nenhum, nem pelo menosprezo, nem pelo empolamento da expectativa. Concordando com o Jerónimo de Sousa, também eu entendo que estamos no início de um processo, sem fim definido. E agora digo eu, perante o qual poderemos escolher acalentar ou sabotar.

ELES é que MANDAM!

«Portugal não tem alternativa senão solicitar já um empréstimo intercalar de curto prazo, que permita financiar a economia até à tomada de posse do próximo governo. Se não for pedido um empréstimo intercalar, a solvência da República correrá risco.»

Declaração de Ricardo Salgado, presidente do BES, numa entrevista ao Jornal Nacional da TVI, conduzida por Judite de Sousa.

Afinal quem é que empresta dinheiro, e quem é que vende castanhas assadas?


Depois dos banqueiros virem dizer que não emprestam mais dinheiro ao Estado português, as notícias que agora surgem de que os banqueiros querem que o Governo peça já um empréstimo externo de 10 mil milhões de euros, assim pondo o Governo a fazer o trabalho dos bancos e os banqueiros a definir as politicas do país, fazem-me lembrar uma estória dum tempo em que os papéis sociais não tão eram facilmente subvertidos, cabendo aos bancos emprestar dinheiro e aos vendedores ambulantes vender castanhas assadas.

Então é assim: um fulano encontra um amigo a vender castanhas à porta dum banco, e depois de alguma conversa mole, apercebendo-se que a vida lhe está a correr bem, tenta cravá-lo com 50 euros emprestados. Aí o amigo responde-lhe que em principio isso nem era problema, a vida estava-lhe a correr bem, e até tinha na carteira muito mais do que isso; o problema é que para estar ali à porta do banco a vender castanhas, o que era de facto um excelente lugar para o negócio, teve de entrar num acordo com o banco em que, dum lado ele se comprometia a não emprestar dinheiro, e do outro o banco estava proibido de vender castanhas assadas.

terça-feira, 5 de abril de 2011

PARA QUÊ UM ENTENDIMENTO PCP - BE?
Se for para substituir esta austeridade por outra mais fofa, ou patriótica, não contem comigo.


Como muitos dos passageiros a bombordo que partilham o sentimento da importância dum entendimento das esquerdas, tenho acompanhado com interesse e simpatia a actual discussão na blogosfera e comunicação social sobre as vantagens eleitorais duma aproximação PCP - BE. Mas a receptividade a este tipo de iniciativas não nos deve coibir, antes deve obrigar-nos, a tentar perceber para que querem que sirva, ou para que poderá servir, essa aproximação.

Falhada a campanha Alegre, alguns conhecidos quadros sociais democratas do BE decidiram apanhar a boleia das tendências que dentro do seu partido defendem um entendimento com o PCP, e a aspiração sempre presente entre a malta canhota à unidade da esquerda, para lançar na comunicação social e blogosfera, uma onda de fundo que visa convencer o eleitorado daquelas áreas das delícias de "usar a sua força em funções executivas".

Não acreditando os apoiantes da ideia na viabilidade, ou vantagem, duma coligação eleitoral, a ideia mais falada é a apresentação duma plataforma eleitoral mínima a subscrever pelo PCP, BE, e outras organizações e cidadãos, onde se apontassem as condições para o apoio à constituição pós eleições dum Governo de centro-esquerda liderado pelo PS.

Embora se apresente com o objectivo de credibilizar as propostas eleitorais dos partidos mais à esquerda, a consequência mais provável da iniciativa seria dar credibilidade a este desgastado PS nas eleições que se aproximam, apresentado-o como uma alternativa, um cavaleiro branco capaz de resgatar os trabalhadores e outras forças progressistas das garras do bloco neo liberal e conservador PSD - CDS. Isto sem qualquer compromisso do PS de aceitar toda ou parte dessa plataforma, ficando portanto com as mãos livres para depois das eleições adoptar as políticas e escolher os parceiros que lhe permitissem continuar a impor as desgraçadas medidas que forçam os trabalhadores a pagar uma Crise para que nada contribuíram.

Se é isto, dar um novo fôlego ao PS, que Louçã também defende, ou se é algo completamente diferente, é bom que o diga de modo que todos possamos entender. Já quanto ao PCP, apesar dos devaneios patrióticos, acho que nem a mente mais imaginativa estará a conceber que alguma vez iria aceitar umas hipotéticas funções executivas em troca da promoção da paz social, dispondo-se a ser usado como travão do actual processo de radicalização em curso (da classe operária tradicional à geração à rasca) que começa a colocar sérios problemas à continuação das políticas de austeridade, venham elas no futuro próximo do PS, do PSD, ou dos dois, (ou três para dar oportunidade ao Paulo de desta vez comprar um porta aviões).

Se na reunião da próxima 6ª feira, PCP e BE, em vez de se ocuparem a falar das fantasias eleitoralistas do mediático Oliveira, procurarem formas de entendimento e cooperação para que as eleições que aí vêm sejam mais uma oportunidade de chamar à luta todos os que, com maior ou menor consciência disso, têm como interesse vital a construção dum projecto de transformação que ponha a economia ao serviço das pessoas (e não da competitividade e do lucro) e exija que a democracia não seja, como agora, apenas um conjunto de práticas formais, sem conteúdo nem alcance prático na condução dos destinos colectivos; então o povo de esquerda, mais tarde ou mais cedo (mais cedo do que tarde, digo eu), agradecerá.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Recortes e Rascunhos (3)

O PCP decidiu hoje ir a votos em coligação com o PEV e expressou a expectativa de que as eleições permitam a «formação de um governo patriótico e de esquerda», aberto ao BE mas não ao PS de Sócrates.
«Um governo cuja viabilidade e apoio político e institucional está nas mãos do povo português com a sua posição, a sua luta e o seu voto», declarou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, no final da reunião do Comité Central.
O órgão máximo do PCP entre congressos considerou hoje que a formação de um «governo patriótico e de esquerda» é um «imperativo inadiável» e recusou a ideia de um «governo de salvação nacional» constituído pelo PS, PSD e CDS-PP, «aqueles que têm enterrado e querem continuar a enterrar o país».
Questionado sobre se na perspetiva do PCP um governo «patriótico e de esquerda» inclui o BE, o secretário-geral comunista afirmou que «os patriotas e as pessoas sérias não estão só no PCP».
«Há muitos homens e mulheres, portugueses preocupados com o futuro do país, que procuram dar uma contribuição para travar este rumo. Em relação ao BE, é preciso que clarifique os seus objetivos, mas não temos nenhum preconceito em considerar que existam portugueses também preocupados com a situação, dispostos a fazer um esforço para esse governo patriótico e de esquerda», afirmou. Quanto ao PS, Jerónimo de Sousa frisou que o secretário-geral do PS, José Sócrates, já se afirmou disposto «a trilhar o mesmo caminho» das medidas de austeridade e dos PEC.
(…)
Para Jerónimo de Sousa, um «governo patriótico e de esquerda» seria a verdadeira «alternativa política» para o país, que «não pode ficar condenado» ao «governo do arco-da-velha política», disse, referindo-se às propostas para um Governo PS, PSD e CDS-PP. Uma política alternativa deverá apostar «na renegociação da dívida, na diversificação das fontes de financiamento e das relações económicas».
Jerónimo de Sousa insistiu que a chamada «ajuda do FMI» não é uma ajuda, é um «perigo» para a soberania, direitos sociais, sector público, para o emprego e para os salários.


Excertos da notícia do Semanário SOL on-line de 4 de Abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ESTAMOS SAFOS!
Cavaco negoceia dívida à taxa Euribor mais 0,5% de spread.


Depois de Teixeira dos Santos ter declarado que "O Governo não é a entidade em melhores condições para pedir ajuda externa", Cavaco tirou-se das suas tamanquinhas e para não ficar de novo a ver navios, numa jogada de mestre ao nível do negócio das acções do BPN, acordou com o Banco do Vaticano um empréstimo no montante de 375 mil milhões de euros (suficiente para fazer face a todos os compromissos do país nos próximos 4 anos) à taxa Euribor a 12 meses (média em Março 1,924%) mais 0,5% de spread, o que é uma diferença do caraças das taxas de 9,7% que o Teixeira já nos está a fazer pagar.